Célia Gabriel recebeu do então ministro da Fazenda, Joaquim Levy, o troféu e o cheque do primeiro lugar da edição 2015 do Prêmio

A Febrafite e sua filiada Associação dos Funcionários Fiscais do Estado de Minas Gerais (Affemg) receberam nesta terça-feira (25) correspondência da professora Célia Aparecida Gabriel, coordenadora do projeto Gentileza Gera Gentileza e Cidadania, da Escola Municipal Rosália Andrade da Glória, de Congonhas (MG), primeiro lugar da quarta edição do Prêmio Nacional de Educação Fiscal, em 2015.

Na correspondência, Célia Gabriel relatou o que representou para ela e para o seu município ter participado da premiação.  Ela contou que graças ao Prêmio, a cidade de Congonhas acreditou na educação fiscal e começou a implementar a temática nas escolas. “Eu e meus alunos, nunca mais seremos os mesmos”, disse.

À noite, durante a solenidade de divulgação dos dez finalistas da edição deste ano, em evento realizado para jornalistas e representantes das entidades parceiras, no auditório da Receita Federal, o presidente da Febrafite, Roberto Kupski, falou sobre o relato da professora mineira e destacou que o conteúdo da carta comprova que a Federação e a Escola de Administração Fazendária (Esaf) estão colaborando com o país, ao premiar iniciativas que promovem a conscientização sobre a importância social dos impostos e sua correta aplicação. “O conteúdo desta carta já vale todo o esforço para realizarmos o Prêmio”, disse.

A escola Rosália Andrade da Glória venceu a quarta edição do Prêmio. Ela levou para casa um cheque de quinze mil reais, troféu e certificado. Em maio deste ano, a escola foi homenageada pela Affemg, que doou um cheque no valor de cinco mil reais para ajudar nas atividades do projeto. Além dos prêmios em dinheiro, a escola ganhou reconhecimento e estímulo para continuar fazendo mais por seus alunos e a cidade de Congonhas.

Leia abaixo, íntegra da carta:

PRÊMIO NACIONAL DE EDUCAÇÃO FISCAL FEBRAFITE 2015
GENTILEZA GERA GENTILEZA E CIDADANIA

Congonhas, 13 de outubro de 2016.

Eu, Célia Aparecida Gabriel, professora da Escola  Municipal “Rosália Andrade da Glória” – Congonhas, venho pela presente agradecer, na pessoa de seus respectivos presidentes Roberto Kupski, Federação Brasileira de Associações de Fiscais de Tributos Estaduais (Febrafite)e Sinval Pereira, presidente da  Associação dos Funcionários Fiscais do Estado de Minas Gerais (Affemg) por me proporcionarem tamanho reconhecimento profissional.

Em 2011,  participei do curso de Educação Fiscal promovido pela ESAF, solicitei e recebi ajuda e material para escrever e aplicar um projeto cujo objetivo primordial era a mudança de mentalidade, ou seja, criar a ideia de pertencimento com relação aos bens públicos, nos cidadãos do futuro – meus alunos, a partir da convivência que têm com o patrimônio escolar.

Com a orientação recebida, elaborei processos a serem trabalhados em sala de aula, associando a matriz curricular de referência utilizada no município com a proposta de trabalhar educação fiscal, foi uma “dobradinha” de sucesso. Consegui dar foco e objetivo ao trabalho, mostrando aos alunos que, assim como nossa escola, tudo o que é público é nosso, pertence a todo cidadão brasileiro, independentemente de onde ele mora, pois o que for adquirido com recursos públicos não tem um único dono, mas uma nação como dona. Que somos os responsáveis por eleger as pessoas que vão gerenciar o que é público e que devemos cobrar deles a confiança depositada.

Enquanto estudam ampliam o significado de cidadania, aprendem a se ver enquanto cidadãos conhecem a importância de pagar os tributos e fazer com que cheguem aos cofres públicos através da solicitação da nota/cupom fiscal, visando futuras melhorias para todos, ou seja, a função social dos tributos.

Com esta ideia, estamos dando uma “cara nova” para o recreio da escola, com a aquisição de materiais esportivos e jogos. As salas de aula ganharam materiais estão sendo adquiridos com o dinheiro do prêmio e que pertencem a todos nós.

Ao olharem para a cobertura da quadra da escola, sabem que ela foi adquirida através do envolvimento de todos, principalmente a turma do quinto ano de 2014.

Após vencer o concurso Febrafite 2015, minha cidade começou a acreditar nas possibilidades e a Educação Fiscal começou a ser implantada nas escolas. Pela primeira vez fui convidada para mostrar o projeto para alguns dos meus colegas de trabalho e com próximos encontros em vista.

A SEF/MG na pessoa da funcionária Beatriz Novais, desde 2012 acredita e promove o Projeto Gentileza Gera Gentileza e Cidadania em Congonhas e cidades da região, este fato ajudou muito na melhoria/modificação dos processos aplicados a cada ano.

Obrigada por nos proporcionar esta História de Sucesso. Eu e meus alunos, nunca mais seremos os mesmos, fizemos parte da história que levou o nome da escola, por consequência o nome do bairro e de nossa cidade para a capital do país. Hoje, somos conhecidos e todos falam de nós. Deixamos de ser a escola de periferia, para ser a primeira escola na história da cidade a conquistar um título de tamanha magnitude. Não somos mais os mesmos. Deixei de ser a Célia para ser a primeira professora da cidade a conquistar um prêmio federal, sendo homenageada também pela Secretaria Regional de Educação (SRE Conselheiro Lafaiete).

Com base no projeto Gentileza Gera Gentileza e Cidadania, as turmas de Educação Infantil 2° Período, quinto ano e oitavo ano de cada uma das 30 escolas municipais já estão estudando Educação Fiscal.

Tenho relatos interessantes de professores e pedagogos do interesse das crianças e profissionais pelo trabalho   realizado, de   mudanças pessoais em  professores,  alunos  e familiares já conseguidas após a implantação do projeto.

 Uma semente foi lançada, está gerando frutos, creio que assim a mudança em nossa cidade, nos anos vindouros, será conseguida através da concepção sobre cidadania que as pessoas passarão a ter.

Como idealizadora e aplicadora do projeto Gentileza Gera Gentileza e Cidadania, agradeço mais uma vez o reconhecimento e valorização do meu trabalho.

Parabenizo a Febrafite e a Affemg por esta iniciativa de sucesso – Prêmio Nacional de Educação Fiscal. Eu fui a primeira na cidade, mas já tem professores que almejam seguir meus passos, realizar um trabalho diferenciado, prazeroso, impactante futuramente e também se tomarem vencedores, fato que me deixou, mais uma vez, muito feliz.

Célia Aparecida Gabriel